terça-feira, 30 de junho de 2009

CONTEXTOS DA ALFABETIZAÇÃO NA AULA

No texto desse dia as autoras escreviam sempre "meninos e meninas" para se referir às crianças.... mas eu já escrevia assim, mesmo antes de o ler, sempre que eu ia me referi à vocês visitantes... daí fiquei receosa de iniciar esta postagem com "meninos e meninas" e aí vocês pensarem que eu já estava falando do texto... Hum... já sei!
Vou começar com um contexto mais voltado para as artes cênicas e assim tentar colocar melhor algumas idéias que o texto apresenta... ok?!
Então... VAMOS AO TEATRO!
Bom, quando um ator tem que representar um personagem, seja ele épico ou mais atual, folclórico ou qualquer outro, o que se espera para seu melhor desenvolvimento é que este se empenhe em fazer o que chamamos de "laboratório".
O laboratório é o momento de contato do ator com o conteúdo e todo o contexto do tema/personagem que ele recebeu e terá de representar na peça. Neste momento o ator deve recorrer à materiais como livros, revistas, vídeos, pessoas e ambientes que simulem ou que realmente façam parte da construção do que se deseja (o “personagem designado”). Por exemplo: Se o personagem for de um soldado que estará em guerra na peça, o ideal é que o ator busque filmes, fotografias com expressões e figurino de um soldado em guerra etc, para assim melhor construir “apartir de”.
Não será uma mera reprodução, já que os contextos serão diferentes (definidos pelo roteiro teatral). No entanto torna-se muito mais fácil ele assimilar as características necessárias para a sua apresentação quando há essa utilização de recursos disponíveis... Logo, não preciso nem dizer que se ele já estiver protagonizado( seja no cenário artístico ou em seu cotidiano) o tema escolhido pelo escritor da peça, será muito mais fácil fazer as representações e poderá inclusive colaborar para enriquecer o texto e contextos.
Talvez você esteja se perguntando: "Hum... mas e daí?! Cadê o texto que foi discutido em aula?!" . .. calma... Eu apenas o assimiliei com este exemplo do teatro... pois as autoras Ana Teberosky e Núria Ribera em "CONTEXTOS DE ALFABETIZAÇÃO NA AULA", comentam sobre uma necessidade que identifiquei como comum às 2 situações (“teatro” e “Contextos de Alfabetização”) a idéia do "Laboratório" como instrumento contribuinte para alcançarem êxito. Ainda que as autoras não tenham utilizados este termo, eu logo o assimilei à minha compreensão.
As autoras afirmam um avanço, descrito como "mudança radical", a alteração na visão da educação infantil (inicial).
Acreditava-se em um período preparatório para a alfabetização, pensava-se que essa só se iniciaria nos anos seguintes ao seu ingresso na escola. Consideravam que meninos e meninas não possuiam conhecimento algum sobre a linguagem escrita. Tal pensamento perdurou por muito tempo, no entanto a autora expõe que houve sim um avanço nas concepções e possibilidades de estratégias para a alfabetização devido também à abolição desses pensamentos.
Partindo de linhas de pensamento construtivista e sócioconstrutivista, onde esses seriam, respectivamente, quando a criança produziria seu conhecimento com noções sobre a escrita a partir de suas observações e experiências com o ambiente familiar e mundo que a cerca e quando o ambiente familiar lhe ofereceria os suportes da linguagem escrita, tal como: livros, revistas, adultos leitores/escritores que interagem com as crianças, enfim contextos que já familiarizam a criança com textos em seus suportes originais.
Assim, ao expôr que a realidade que cerca a criança como colaboradora no processo de alfabetização eficaz e completo, encontro esta semelhança com o “laboratório” que os atores fazem para seu objetivo ser alacançado com grande e possível êxito.
Apenas alcançar uma alfabetização baseada em grafias como objetos e não possibilitar/incitar o vislumbre dessas como detentores de significados e possibilidades de diferentes funções de acordo com sua disposição, suportes, formas etc, não teria o aproveitamento total do que a linguagem escrita pode oferecer.
As autoras destacam algumas ações e meios que contribuem como “contextos de aprendizagem”. Tais destaques são por ela destrinchados para apresentar ao leitor o quanto pode ser enriquecedor tais práticas e consequentemente consientiza adultos quantoà importância que eles podem ter nestes contextos. Contextos como o da criança observar os adultos em suas práticas de leitura e escrita, ouví-los em leituras em voz alta, escrver o que a criança dita e simultâneamente à esta escrita reproduzí-la em voz alta também (como quando se escreve uma cartinha para “papai Noel”, ou um bilheteinho para alguém etc.), interagir sobre o que se está lendo à criança e sempre procurar respondê-la quando solicitado, memorização de músicas como meio de se provocar na criança a capacidade de construir/reproduzir textos longos, etc.
No entanto, análises quanto ao que seria o “ambiente ótimo” para incentivar a construção de conhecimentos sobre a escrita, apresenta que esse estaria ligado à condição social, pois a disponibilidade de recursos de materiais escritos, presença de leitores e adultos sensíveis à essa construção, como requer o sócioconstrutivismo, só coincinde com a condição social de pais da classe média e seu envolvimento com tais práticas. O que não impede que crianças em ambiente sem os mesmos estimulantes que a classe citada não sejam capazes de criar seus próprios conhecimentos e noções sobre a linguagem escrita. O construtivismo ocorrerá pela capacidade cognitiva os seres e as crinaças estão em contato com um “mundo letrado”, mesmo em seu ambiente familiar. Suportes para os textos escritos são diverso, tais como rótulos de produtos, manuais de instruções, cartazes, propagandas etc, e sua disposição no cotidiano das crianças podem ser independente da condição social, logo pode-se afirmar junto à experiências de cada indivíduo que há construção de noções e conhecimentos sobre a linguagem escrita.
Essa diversidade de contextos e capacidades cognitivas nos arremetem à encarar nossos educandos como grandes protagonistas em potencial e que seu desempenho será cada vez melhor enquanto compreenderem qual é o objetivo à ser alcançado pelo “texto da peça” e como esse é ricamente constituído e possível de estar presente sempre que for novamente requisitado. A importância da percepção dessa ampla forma de constituir um personagem contextualizado com o tema e enredo, se assemelha à importância de disponibilização de contextos que ajudem a educação infantil à perceber que o “laboratório” quanto à alfabetização dos pequenos artistas já começou mesmo antes de entrarem em cena na escola formal. Pois suas experiências e noções de escrita junto à disponibilização de textos, contextos e mediações pertinentes de educadores e pais, culminará no tempo exato o “ESPETÁCULO DA ALFABETIZAÇÃO”!

Deus abençoe a todos.
Bjs, Roberta Canêjo.

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